“Cada aborto é um sacrifício no altar de Satanás” (Pe. Gabriele Amorth)
Entende-se por aborto, a morte do embrião ou feto durante o seu desenvolvimento uterino. Hoje o assunto polêmico tem diversas outras nomenclaturas, muitas delas para “mascarar” o seu real significado. Alguns preferem chamar de “interrupção da gravidez”, como isso mudasse algo. Quem interrompe a gravidez realiza o mesmo ato de quem pratica o aborto, ou seja, mata o embrião ou feto (que tem vida) no ventre materno. A grande diferença entre estes dois termos é que o segundo (a interrupção da gravidez) é dito para excluir alguém muito interessado nesta polêmica: a criança.
O aborto é uma falta, um pecado grave, com relação ao Mandamento: “Não matarás”, vai nos dizer o então Papa João Paulo II: “Por acaso o mandamento - não matarás – prevê alguma exceção?”.
Quando falamos de aborto, pode vir quase que imediatamente em nossas mentes a questão de que o aborto seria um direito da mulher, que é aquela que cuida, protege, é aquela na qual a vida vai se desenvolvendo em seu seio, até o momento em que a criança já está pronta para viver.
Ali não está apenas a vida da mãe, são duas vidas, dois corpos, duas almas, uma vida (a criança) depende da mãe para estar completamente preparada para o nascimento. Mas a mãe não tem direitos de vida ou de morte sobre a vida de seu filho. Não cabe à mãe interromper, seja pelo motivo que for, a vida daquela criança. Isto seria o assassinato de uma criança, de um indefeso, que nem forças ou condições para pedir ajuda possui.
Isto seria o assassinato de um indefeso. Sim, um assassinato! Pois, tirar a vida de alguém é um assassinato, um crime e, neste caso, hediondo; pois um adulto ou um capaz, teria condições de pedir ajuda, de correr, de gritar, de clamar por sua vida, enquanto aquela pobre e indefesa criança não possui condições mínimas para fazer isso. Vai nos dizer a Beata Teresa de Calcutá: “Se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo o seu próprio filho, como é que nós podemos dizer às outras pessoas para não se matarem”? (Beata Teresa de Calcutá)
Nem mesmo um ato como um estupro ou uma gravidez indesejada seria motivo para aprovar, buscar, ou desejar o aborto; não existe uma vida mais importante que a outra, todas as vidas são importantes, todas são queridas por Deus. Uma criança ainda no ventre materno é tão humana quanto uma criança que corre e brinca nas nossas ruas e quintais, uma criança no ventre materno é tão humana quanto um executivo que administra uma empresa com centenas de funcionários, uma criança no ventre materno é tão humana quanto qualquer outro ser humano, ou seja, o aborto mata um ser humano em gestação; é um atentado contra um ser indefeso, uma covardia. Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a justiça deve punir o agressor e, não, a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos e, não, por matá-los.
Mas o que poderíamos dizer dos anencéfalos? O anencéfalo é um ser humano; é dotado de uma alma imortal, tem vida. Não importa quanto tempo vá viver, a sua existência tem que ser respeitada pela mãe e pelo Estado.
A Igreja Católica defende a vida desde a sua concepção até a sua morte natural, defende a vida de qualquer ser humano, seja ele branco ou negro; rico ou pobre; são ou enfermo; ou seja, a igreja defende a vida de todos os seres humanos, independente de religião, raça, origem, todos fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Somente Deus tem o poder de dar a vida e somente Ele tem o direito de chamá-la para junto de si. Neste sentido, a igreja, nossa Mãe e Mestra, entende e forma seus filhos para a seguinte realidade: até mesmo o aborto terapêutico, aquele que é feito com a justificativa de salvar a vida da mãe, aqui se deve levar em conta todo acompanhamento médico, pré-natal, que a mãe deve fazer e ainda mais, de uma forma simples, podemos dizer que não existe uma vida mais importante que a outra, deve-se fazer todo o possível para salvar a vida da mãe e a do filho mas, jamais, buscar a morte da criança que está sendo gerada, ou seja, o aborto (morte da criança) nunca pode ser um objeto de desejo numa intervenção médica, mesmo com a desculpa de salvar a vida da mãe; mais uma vez, não existe uma vida mais importante que a outra! Todas são importantes, todas!
Quando a Igreja fala do aborto, ela claramente entende o que é o aborto espontâneo, ou seja, aquele que não teve colaboração, vontade por parte dos homens, do aborto provocado, procurado, intencional. O aborto espontâneo, obviamente não é uma falta grave, ou um pecado, pois este não foi querido, buscado, desejado, aborto voluntário sim, este é um pecado, grave e mortal, onde todos aqueles que estão envolvidos de alguma forma no mesmo, estão sob pena de excomunhão. Citamos o Catecismo da Igreja Católica sobre o tema do aborto: “A Igreja em consideração da gravidade criminal do aborto, castiga com a pena de excomunhão, não só a mãe e o médico, mas qualquer pessoa que colabore nele – anestesista, enfermeira, etc. – ou na decisão da mãe – aconselhando-a, arranjando o dinheiro, etc. (cf. Catecismo da Igreja Católica., 1398 e 1329). Cada bispo diocesano, que possui a faculdade de absolver este tipo de pecado a confere a sacerdotes de sua diocese, de acordo com suas funções. Porém, neste ano Santo da Misericórdia o Santo Padre, o Papa Francisco a concederá a todos os sacerdotes.
Nesta ótica, São João Paulo II muitas vezes falou, com grande clareza, sobre a ilicitude do aborto: “Há outro aspecto, ainda mais grave e fundamental, que se refere ao amor conjugal como fonte de vida: falo do respeito absoluto pela vida humana, que nenhuma pessoa ou instituição, privada ou pública, pode ignorar. Por isso, quem negasse a defesa da pessoa humana já concebida embora não ainda nascida, cometeria gravíssima violação da ordem moral. Nunca se pode legitimar a morte de um inocente. Ficaria minado o próprio fundamento da sociedade.”
Diante da discussão acerca do aborto, sobre quando começa a vida, vale à pena saber que desde o século XIX a ciência reconhece que a vida humana se inicia na concepção. Por isso vale à pena escutar a voz de cientistas sérios e comprometidos com a vida, nos diz o maior geneticista do século XX, Dr. Jerome Lejeune, descobridor da Síndrome de Down, cientista este que atestou esta verdade. Não existem tratados de embriologia que neguem esse fato: “O embrião cresce com autonomia, tem sexo definido, é completo e vai se desenvolver até a sua morte a partir de tudo o que já possui. Toda a mensagem de sua vida já está ali completamente definida. Ele só precisa de três condições para seguir sua vida: oxigênio, nutrição e tempo, o mesmo de que nós precisamos. A vida intrauterina é apenas uma das etapas do desenvolvimento do ser humano, eliminar qualquer etapa significa encerrar as demais fases futuras de uma vida”.
Como é belo ver que a “união” entre ciência (através de cientistas sérios) e o ensinamento da fé, não se separam, a ciência mesmo atesta que a vida começa na concepção.
A mãe jamais tem o direito de eliminar um filho que está em gestação; Ainda que o nascituro esteja temporariamente dentro do corpo de sua mãe, ele não é parte deste corpo. É um descalabro uma mãe matar o próprio filho, nem a cobra venenosa faz isso. Podemos dizer que é uma dependência, independente, pois a dependência vem de aspectos físicos, tais como: oxigênio, alimentação, etc; porém a independência vem do fato de que é outra vida, uma vida gera e protege a outra vida que foi gerada e agora precisa de cuidados!
Se damos à mãe o direito de matar um filho em seu ventre, porque é um “estorvo” para ela, teríamos de dar o mesmo direito a um filho de eliminar a sua mãe velha e doente que é um “estorvo” para ele. Se existe direito ao aborto, então, temos real direito de matar qualquer um, a diferença será apenas a idade da vítima. Mas, assim, eliminamos o amor, a fé, a caridade.
Diante de uma sociedade que grita pelos direitos da mulher, sabemos que 50% dos bebês abortados são mulheres, o que demonstra que o aborto não é instrumento de defesa do sexo feminino; é uma aviltação deste.
Terminando, podemos fazer a seguinte interrogação: como pode um médico, que faz o Juramento de Hipócrates (O Juramento de Hipócrates é um juramento solene efetuado pelos médicos, tradicionalmente por ocasião de sua formatura, no qual juram praticar a medicina honestamente, defendendo a vida), pode cometer o assassinato de um ser pobre e indefeso? Estes que se prestam a este ato cruel são uma afronta a médicos zelosos, que se dedicam dia e noite a Salvar Vidas, salvar vidas nas mesas de cirurgia, de parto, nos consultórios, indo para áreas de missão, médicos zelosos, que atendem os mais pobres por suas necessidades. Deus abençoe tantos médicos que salvam vida e cumprem, com zelo, o juramento feito.
Todos aqueles que defendem o aborto já nasceram; vivem porque tiveram acesso, primeiramente, ao direito à própria vida. Nenhum direito humano ficará de pé se for eliminado “o direito de nascer”.
Como uma conseqüência, muitos psicólogos atestam que o aborto pode deixar sérias conseqüências tanto físicas quanto emocionais para o resto da vida, de forma muito particular para a mulher. Diversos estudos têm comprovado que a mulher que pratica o aborto sofre emocionalmente a curto, médio e longo prazo (chamada síndrome pós-aborto). No início, vive a culpa, o conflito familiar, a solidão e o medo. Depois, muitas vezes, apresenta problemas com a maternidade, seja pela dificuldade para engravidar ou com abortos espontâneos recorrentes. E, com o tempo, apresentam maior tendência ao alcoolismo, à depressão, ao suicídio e ao uso de drogas.
Há uma discussão muito intensa sobre a legalização do aborto no Brasil. A Igreja, porém, mantém-se firme na defesa da vida, acreditando que o feto é uma pessoa e tem o direito de viver tanto quanto cada um de nós. Longe de querer discutir leis, gostaria de conversar um pouco sobre esse assunto tão delicado. Apesar de ser apresentado como um ato de liberdade e uma conquista para os direitos das mulheres, o aborto pode deixar sérias conseqüências para o resto da vida, tanto físicas quanto emocionais.
Como padre, pai e pastor, convido a todos a serem anunciadores da vida, sim anunciadores da vida; se soubermos de mães desesperadas num momento de uma gravidez indesejada, vamos até elas, tentar ajudar a vida, ou seja, convencê-las a não cometer tão atroz ato, estejamos ao seu lado para lhe ajudar em suas necessidades materiais, estendamos a mão. A vida se defende com a vida, o amor é anunciado com o amor. Rezemos para que o Senhor dê o descanso eterno à alma daquela pobre criança que teve sua vida ceifada tão cedo. Rezemos para que o Deus de misericórdia, dê misericórdia àqueles que de forma tão cruel tiram a vida de nossas crianças.
“Quando vós virdes uma alma que anuncia o aborto como feito benigno, sabereis que nela reina o príncipe das trevas” (São Pe. Pio).
Sim à vida, não ao aborto! Sim a Jesus (Vida), não a satanás (morte)!
Meu corpo. Minhas regras! A criança no ventre materno tem seu corpo. Respeitemos, também ,as suas regras! Defendamos hoje e sempre a vida!
Pe. Alexander de Britto Silva
Fontes: Catecismo da Igreja Católica e Prof.Felipe Aquino, blog Canção
Nova
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